segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006

A Loira e o Glitter em uma Vanity Fair

Antes de escrever sobre o filme Vanity Fair, preciso falar em Jonathan Rhys Meyeers, que é para sempre em nossos corações a personificação de Bowie no cinema...lá estava ele novamente, em um papel ...de eu sou o bom garrotasssssss!!!!Agora ele é George...mais uma vez com uma esposa "sonsa" e boazinha, mas prestem atenção no visual glitter, só faltou a tinta azul do Brian Slade, como em Velvet Goldmine.
Bom mas o que quero dizer é que filme é legal!!! Porém poderia ter menos 30 min....a atriz "destaque", aproveitando o linguajar carnavalesco, é Resee Witherspoon, para quem não lembra é a célebre barbie do "Legalmente Loira I e II".
Então vejam vocês....eu e as minhas intertextualidades, não conseguia ver o filme nú e cru, pois lembrava dos personagens interpretados por eles ao invés de me apegar nas personagens do filme em questão...isso é um problema, mas não deixa de ser divertido....
Imagina a trama da menina pobre que quer ter um título, quer ser rica não importa o preço a pagar "história mais velha que eu, no auge dos meus 30"..continuando, enquanto o ar do arteplex estava a mil, me deparei com meus pensamentos ao pensar esta trama, incluindo o Brian (podre de glitter, homossexual, aproveitador) e a Elle Woods (loira, inteligente, amiga, que adora pink)...
Seria bem mais interessante....mas vale a pena ver o filme, tem boa fotografia, tem momentos em Londres, o figurino é interessante e lembramos que existem várias Becky Sharp por todos os lugares.......,vários momentos recorre a cultura indiana.....por que será....a direção é de Mira Nair (leia-se Casamento à indiana)...como vocês podem ver é uma mistura de Napoleão, danças indianas, obras de arte e moços fortes que vão para a guerra e eu ainda tenho que ver o filme achando que é uma novidade cinematográfica.
ah! e para terminar Resee completa 30 anos dia 22 de março.....
Bjinhos carnavalescos e não esqueçam Bambi 2 está em cartaz!!!!

Manderlay

Ontem, revi Manderlay(2005), de Lars von Trier, filme que sucede Dogville(2003) em uma trilogia que ainda não foi concluída. Eu considero esse filme melhor do que o Dogville: tema e abordagens originais e extremamente complexas sobre comportamento social, assim como em Dogville, mas centrado na posição dos negros nos Estados Unidos. A tese é de que numa situação de opressão, seja ela qual for, opressores e oprimidos estabelecem uma espécie de pacto. E quem tenta mudar isso, quase sempre, quebra a cara, porque não se sabe exatamente quem está no comando da situação. Filme ácido, com um texto exato, suficiente, irônico, sarcástico. "Trabalharam toda a madrugada com a determinação que se costuma demonstrar em presença de metralhadoras". Sabe aquela sensação que se tem de estranhamento quanto a um assunto e que ainda não se teve condições de elaborar o suficiente? Pois é, daí de repente, vem um diretor e roteirista dinamarquês e resolve tudo com a sutileza de um soco no estômago. Enfim, um filme que eu gostaria de ter feito. Beijos, Sandra