sábado, 25 de novembro de 2006

A possibilidade de uma ilha

Terminei de ler o meu livro. Fiquei meio perdida quando isto aconteceu, e isso sempre acontece quando termino um livro bom: sinto uma tristeeeza, um abandono, começo a ler mais vagarosamente do que o normal. Mas nada se compara com o que senti quando me deparei com o poema que dá nome ao livro, no contexto em que ele aparece na estória. Fiquei sem chão, olhando para o nada. Apaguei a luz e dormi profundamente. Nem tentei interpretar. No mínimo, ele aparece na hora em que tem que aparecer mesmo. Aliás, este é um dos talentos de Houellebecq e que está aprimorado neste livro: ele sabe quando dizer o que tem que ser dito, de maneira bela e harmoniosa. Fiquem com a última estrofe.
E o amor, sítio das maravilhas,
onde tudo é dado no momento;
Existe no meio do tempo
A possibilidade de uma ilha.