domingo, 2 de dezembro de 2007

Visões perigosas de SP

São Paulo continua encantadora, mais uma cidade em que eu poderia morar sem nenhum problema. Ou melhor, "a" cidade em que eu gostaria de estar morando agora. Cidade misturada e, por isso, interessante, acolhedora e tolerante. Na mistura, tem-se mais espaço para levar suas idiossincrasias ao limite, o que gera profundidade. Tá, tem aquele trânsito maldito, mas nem tudo é perfeito. Cheguei lá quinta e saí de lá ontem. Pontos altos:
Reunião da ABCiber - Como sempre, densa e enriquecedora. Tenho aprendido muito participando delas. Junto com a Adri e a Luísa, apresentamos nossa proposta de site para a Associação, ouvimos as considerações do pessoal e vamos tomar as providências cabíveis. Pena que o Sérgio Amadeu não foi. Foi bom rever alguns, conhecer outros, aproximar-se de outras. Ano que vem tem mais.
Cocktail Machina Festival - Ou, "a cena industrial de SP". Apesar do cansaço mental e corporal (atraso no vôo, correria, reunião) foi muito revigorante ter ido ao Audio Delicatessen. Foi uma experiência estética. As pessoas foram muito legais com a gente, até me senti familiarizada com aquelas sonoridades e tal, sem saber muito bem onde eu tava pisando. E outra: ver uma amiga virar musa na cena não tem preço. Parabéns e obrigada, Adri. Quero mais do mesmo da próxima vez.
Yoko Ono. Uma retrospeciva - Y. O. encarna o amor e a compreensão profundos, parece ser uma criatura cheia de vida e insiste para que as pessoas encontrem isso em si mesmas. Sua obra é de uma generosidade sem tamanho. Acho que é impossível ignorá-las. Fui à essa exposição por sugestão da Maria Alice. Não encontrei lá no Centro Cultural Banco do Brasil ninguém que eu esperava encontrar, mas talvez isso tenha sido bom. Senti aquelas obras de uma maneira tão intensa, não tinha com quem dividir tudo aquilo, fiquei com tudo isso só para mim por um tempo. Uma obra de arte, para ser chamada assim, deve nos fazer refletir, rever determinados pontos, tirar-nos do nosso prumo. Aconteceu isso. Para mim, que sinto profundamente tanta raiva de certos comportamentos, que sou mais direta do que deveria ser às vezes, que muitas vezes sou tomada pela parte e não pelo todo, e que sinto raiva por causa disso, me senti ridícula diante de tanta beleza e de tanta tolerância. A mostra é diversificada e me chamou atenção, particularmente, quadros com frases de Y. O., fonte preta em fundo branco. Simples assim. Vocês sabem, que a palavra escrita exerce um fascínio sobre mim e é uma dessas obras, que mais me tocou, que vou tentar reproduzir abaixo, senão na forma, talvez no conteúdo:
Cada planeta tem a sua própria órbita. Às vezes, devemos entender as pessoas como planetas. Apenas observando-as em movimento, girando em sua própria órbita e brilhando. Y. O.