Ontem, conheci alguns sonetos da poetisa portuguesa Florbela Espanca (1894-1930). Fiquei tocada pela intensidade com que ela expressa o sentimento de desorientação no mundo. Segue o poema que, na minha opinião, sintetiza de maneira mais completa a alma (atormentada) dessa mulher.
EuEu sou a que no mundo anda perdida,Eu sou a que na vida não tem norte,Sou a irmã do Sonho, e desta sorteSou a crucificada... a dolorida...Sombra de névoa tênue e esvaecida,E que o destino amargo, triste e forte,Impele brutalmente para a morte!Alma de luto sempre incompreendida!...Sou aquela que passa e ninguém vê...Sou a que chamam de triste sem o ser...Sou a que chora sem saber porquê...Sou talvez a visão que Alguém sonhou,Alguém que veio ao mundo para me verE que nunca na vida me encontrou!
3 comentários:
Wow Sandrra!!! li esta poesia ao acordar no domingo e, podes ter certeza de que vou ficar pensando nestas observações que Florbela faz do mundo a partir de uma narrativa poética. Aliás, mais uma conexão cósmica entre nós esta semana. Pois desde há muito tempo não me interessava por poesia como agora. Porém a compreensão de sonetos em inglês ,pelo menos, para mim dá ainda mais uma sensação de pluridade de interpretação. Beijos, Paula J.
Huummm, quem foi que escreveu um comentário e retirou? Espero descobrir nos próximos capítulos. É bom que eu nem me identifiquei e tu já entendeu que era eu, né , Paulinha? Bjs, S*.
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