sábado, 20 de maio de 2006

Mais poesia



Dessa vez, fui atrás de uma de um dos homônimos do Fernando Pessoa. Portugal está muito presente no meu imaginário ultimamente. Nesta noite, sonhei que estava lá. Na cidade d'O Porto, de noite, olhando para o mar e lendo Fernando Pessoa. Ah, e recebi um e-mail da Cicília Peruzzo dizendo que um texto meu e da Paulinha sobre o local e o global na cibercultura está publicado no Anuário Internacional de Comunicação Lusófona. A própria Paulinha me falou sobre isso pelo Skype na quinta. Segue um poema forte, lindo e que eu adoro...

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,

Porque o vejo.
Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele

(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...

Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,

E a única inocência não pensar...

Alberto Caeiro, em "O Guardador de Rebanhos", 8-3-1914


2 comentários:

Adriana Amaral disse...

ha, parabens girls pelas international publications espero que em breve tenha novidades...hhe depois conto q fui convidada pra escrever uma rtigo, mas em outra area.. nas ciencias da religiao,
acreditam? rs logo eu,...rs vou falar sobre a questao da transcendencia no cyberpunk :)

Tekhnè disse...

Paulinha, nossos nomes e nosso título imenso para esta publicação estão no site do Intercom. É só clicar na capa do Anuário Internacional de Comunicação Lusófona 2006. Bjs, S*